ESCRITO POR: MAYRA BORGES
Senti a malícia em mim, nos meus gestos lentos, nos meus quadris
movimentando-se sutilmente, no meu sorriso descarado, no meu olhar faminto, na
minha ânsia desmedida, e então por aquele momento eu sabia que meu corpo era
prazer fotografado por olhos sedentos, desejado a mil por aquelas mãos, por
aquela boca, por aquele corpo que reagia a mim, em arrepios e excitação. Pernas,
braços, lábios e línguas a se misturar em pensamentos.
Voltei a descer a blusa
devagar, soltei os cabelos e sorri.
-Queria poder te tocar.
-Eu adoraria colocar
minhas mãos em você, garota.
Suspirei, um sonho indecente.
-Percebo seus suspiros,
palpitações, continue, você fica tão bem à vontade, queria estar perto.
Ele tinha um quê de afoito no jeito, a tempestade agitou-se dentro de
mim, eu queria fazê-lo sentir-me a todo custo, da forma que fosse possível. Puxei
a blusa para cima ao poucos, respirando fundo.
-Às vezes tenho a
impressão que você se transforma._disse ele.
-De que forma?
-Há delicadeza em você,
uma delicadeza que transborda nas suas palavras, nos seus gestos, mas de
repente ela se mistura com um quê de indecente e atroz.
Sem dizer palavra
retirei a blusa ficando apenas com um sutiã preto, mas não parei. Voltei a
ficar de pé, sempre observando-o enquanto agia, ele assistia atento a minha
transformação, progressiva e disposta a alcançar níveis cada vez mais elevados
de luxúria. Não era uma simples lagarta transformando-se em borboleta, era uma
borboleta transformando-se em algo inesperado e quase inexplicável, com asas
ainda mais lindas, brancas e negras, numa mistura quente de ingenuidade e
malícia.
CONTINUA...
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