21 julho 2013

Capítulo 21


ESCRITO POR: MAYRA BORGES


Minhas mãos tremeram fechei os olhos e entreabri a boca num sorriso.

- Sorriso lindo, sexy, infantil, provocante.
De onde ele tira todas essas palavras? Como sempre sabe exatamente o que dizer? Pensaria nisso depois, muito embora só por encarar aquele olhar cínico e provocante eu já tinha um bom esboço da resposta.
Eu era fogo e estava queimando, não havia limites, nem pudor, não havia mais nada, o mundo se encerrava naquele quarto, naquela tela embaçada de um computador, no meu reflexo naqueles olhos pequenos, não havia escolha, não havia volta, só havia uma possibilidade: a entrega. Eu era dele e ele sabia disso. Meu coração estava disparado, minha respiração incontrolável e minhas mãos tremiam quando por fim deixei que elas revelassem meus seios. Brinquei com as mãos pelo meu corpo, acariciando-me, provocando-me. Passei os dedos nos lábios, brinquei com a língua, excitando-o.
- Isso é bom, mas seria ainda melhor se fossem as suas mãos me tocando, me descobrindo.
                Ele mantinha-se em silêncio, mas eu podia ver aquele corpo reagindo a mim tão intensamente, os braços fortes, os pelos, o movimento das mãos, e então era a minha vez de assisti-lo, com atenção, com todo desejo e toda tensão que corria em minhas veias, ele era meu, naquele momento e eu sabia! Estava hipnotizada, aquela imagem, aquele homem, o movimento alternado daquelas mãos, como eu queria senti-lo entre os lábios, entre os dedos, com o  corpo inteiro, receber cada vibração, entrar naquele ritmo e me derramar sobre ele, esmorecer naqueles braços, recostar a cabeça naquele peito, derreter-me em puro prazer, explodir!. Precisava mais que tudo daquele encaixe de tirar o fôlego.
                Minha boca estava seca e minha cabeça começava a se perder em pensamentos cada vez mais difusos, como se estivesse sob o efeito de alguma droga, talvez estivesse. E finalmente me permiti seguir meus impulsos, brinquei com os cabelos, deslizei as mãos pelos braços, barriga por fim tirando a última peça que faltava mostrando-me inteiramente nua. Continuei até que minhas mãos encontrassem o ponto exato provocando ondas cada vez mais intensas de prazer, meu corpo transpirava me revirava entre o toque dos dedos alternados entre a suavidade e a indelicadeza. Meus dentes buscavam algo, minha boca pedia por outra e em minha mente ecoava apenas uma palavra: Vincent! E quanto queria que fossem dele as mãos que me proporcionavam tanto prazer. Sentia minha garganta seca, estava rouca, soltei um suspiro incontido que terminou em um gemido abafado.
                Imaginava nossos corpos juntos, fundidos como metal, num laço confuso de pernas, braços, bocas, línguas e dentes. Podia vê-lo derramando-se e minha boca ansiava por conhecer seu sabor, seu suor. Arrepios percorriam cada pedaço de mim, meus olhos fixavam-se na tela a fim de alimentar minhas fantasias mais eróticas. Era quase como se eu pudesse senti-lo em mim, ser a causa daquele prazer era como ser portadora do mesmo. E então minhas pupilas se dilataram me permiti ser embargada por completo naquela onda de prazer sublime, me permiti ser jogada para todos os lados dentro daquele mar agitado. Explodi num gozo há muito não sentido, meu corpo estremeceu, entorpeceu-se, fui inteiramente tomada pela sensação de êxtase, torpor, esmoreci com um sorriso nos lábios, deliciei-me com a última sensação leve, um pulsar ameno, senti o sangue acalmar-se em minhas veias e aquele calor abrasou meu rosto. Dei um leve suspiro e olhei pra ele consciente do meu olhar tolo, despretensioso e infantil ainda com a imagem que ele me proporcionara do seu próprio êxtase.
                - Você é minha!_ele disse por fim.
                - Só sua.
                - Pecado.
                Ainda não havia de todo recobrado o tino, me sentia leve quase como se pudesse flutuar, ainda restava algo de todo aquele assombro. Ele brincou com os cabelos me provocando uma onda de riso.
                - Você é tão bonito.
Compartilhávamos algo poderoso, algo que pertencia apenas a nós dois e mais ninguém. Conversamos sobre algumas amenidades, mas eu continuava dispersa como se ainda não tivesse voltado, se aquele lugar onde eu havia chegado era a metade do caminho ao paraíso me pus a divagar como seria chegar lá. O tempo passa tão depressa, dei-me conta que era hora de ir. Aquela despedida fez-me tomar consciência de um fato antes negligenciado e então assumi num pensamento mudo “Miriam, você está perdida”

CONTINUA...

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