20 agosto 2013

Capítulo 25


ESCRITO POR: MAYRA BORGES


Um filme banal, com roteiro ruim e sem nenhum diretor, com uma protagonista inábil e sem talento algum para atuação, intitulado: minha vida. Mas que, no entanto garante alguma espécie de reviravolta em qualquer momento, e se por algum motivo você continua aqui é porque acredita nisso, eu também acredito e sinceramente não espero decepcionar.

Quis ao máximo evitar protagonizar mais uma cena clichê, mas não pude esquivar-me da vontade de perambular pelas ruas sem destino, o asfalto estava gasto e úmido, e entoava alguma poesia que eu não conseguia captar. Por sua vez o céu tinha ralas camadas de nuvens revelando e ocultando pedaços de um azul pálido.  No primeiro momento estava sem rumo e os pensamentos embaralhavam-se e perdiam-se antes de se tornarem inteligíveis e eu apenas observava o tempo que parecia parado naquela manhã já por completo desperta. Foi então que distraída como estava acabei por esbarrar em um homem na rua, foi algo rápido e confuso e por um momento senti o estômago afundar, em meio à confusão notei cabelos quase na altura dos ombros, a pele branca, os pequenos olhos castanhos:
- Vincent? _ o nome escapuliu da minha boca automaticamente, mas tão logo pronunciado percebi o engano, óbvio. Havia uma mancha disforme no rosto do rapaz e os olhos nem eram tão pequenos se olhasse bem.  
- Desculpe!_ apressei-me em dizer com um sorriso amarelo, o moço assentiu num maneio de cabeça e retomou seu caminho.

         Quantos destinos existem por ai? Quantos deles podem cruzar com o nosso? É impossível saber, mas naquele momento o destino me ofereceu uma rota alternativa foi como um clik e de repente a imagem a minha frente entrou em foco. O fato é que, não há nada incomum em esbarrar com alguém no meio da rua, mas aquele encontrão e a memória que ele despertou em mim não eram um simples acaso e mesmo que fosse... Voe Miriam! Não, não é metáfora, voe, pegue um avião, vá atrás do que você quer. Vincent.

         Mudei meu rumo, desci apressadamente a rua até chegar ao ponto de ônibus, estava finalmente obstinada e sentia a vitalidade daquela recente decisão percorrendo meu corpo. Parei em frente à agência de viagens e antes que eu pudesse parar pra analisar o tamanho da minha profundidade já estava sentada conversando com a moça sobre datas e preços de passagens, quando dei por mim já havia passado o cartão de crédito sem tempo para reflexões e arrependimentos. 

CONTINUA...