ESCRITO POR: MAYRA BORGES
A noite logo passou de morna para extremamente quente.
Estávamos nos revelando um ao outro, e eu me entreguei a não razão daquele
momento, não quis pensar em nada e não conseguiria se tentasse tudo que eu
queria era sentir e estava sentindo. Meu corpo estava inquieto, minha
respiração curta demais, minhas mãos impacientes deslizavam sobre a minha pele.
E continuei sentindo mais a cada provocação. Sentia-me febril, delirante,
sedenta, faminta...
-Eu tenho fome de você.
-Provoque-me!
Eu
queria provocar, eu queria ser provocada. Meu corpo implorava por mais, a
excitação consumia qualquer resquício de sanidade existente em mim. Sem moral,
sem receio, tudo ia muito além disso.
-Você me acelera, mas não sei se
é justo atribuir tudo isso a você._falei.
-Explique.
-Tenho feito todas as coisas que
jurei nunca fazer, mas basta pensar que é você que está do outro lado e pronto,
nada mais importa.
-Tem gostado de tudo isso?
-Bastante.
-Do que mais gosta?
-O que eu mais gosto é da forma
como tenho me sentido, permitindo-me por em prática desejos e pensamentos.
Gosto de pensar e agir como a mulher que eu sempre senti vontade de
interpretar. Interpretar não, ser.
-Algum arrependimento, medo?
-Nenhum arrependimento. Eu não
diria medo, é algo mais como um sinal de alerta, entre pular ou não de um
precipício.
-Que tipo de alerta?
-De você ser um maníaco
psicopata._neste momento não pude conter o riso._ Apenas uma brincadeira.
-Se eu fosse talvez já teria
dado alguma pista disso.
-É, talvez. Mas e você, o que
mais tem gostado nessa história toda?
-Da amizade, cumplicidade,
curiosidade. Gosto de sentir que você também gosta disso e que gosta de me
provocar.
-Faço de propósito, mas ainda
assim não é algo automático.
-Eu sei que não.
-Quero que me veja, não consigo
mais negar isso a você...
CONTINUA...