ESCRITO POR: MAYRA BORGES
Ao longo da conversa
o assunto foi tomando um rumo que me deixou surpresa, principalmente porque eu
não imaginava que conseguiria ser tão franca com ele e de certa forma, nem
comigo mesma. Insinuações, entrelinhas e provocações, testando limites deliciosamente
arriscados. E então aquela pergunta:
-Você me quer?
-Sim, eu quero.
-De que forma?
-Você é sempre a
última coisa em que tenho pensado antes de dormir, e se quer mesmo saber faz
tempo que não sinto isso por um homem, talvez nunca tenha desejado tanto alguém
como eu te desejo. Eu quero você na minha cama, por uma noite, por um momento
ou por quantos vierem.
As palavras simplesmente saíram sem que eu pudesse
exercer qualquer controle sobre elas, eu precisava dizer e ser absolutamente
franca, foi o que eu fiz.
-Ual
garota, você me tira do sério.
-Você
também.
-Mas
me diga do que tem vontade? Dê-me o prazer de saber, imaginar.
Sei que alguns começam a me enxergar como uma pessoa
carente ou uma vadia louca, que seja, mas quem pensa assim está há alguns
milhões de quilômetros de enxergar o que eu realmente sou por trás de qualquer
disfarce.
-Eu
quero enterrar minhas mãos nestes teus cabelos, me sentir entre teus braços,
ouvir tua voz sussurrando ao pé do ouvido, quero beijar teus lábios, sentir
pele na pele, olho no olho, corpo a corpo, inteiramente.
As palavras transbordavam por entre meus dedos, o
desejo me impulsionava a tudo aquilo e eu não queria parar mesmo sentindo meu
sinal de alerta soar compulsivamente. É mais ou menos como correr livremente e
sempre em frente até deparar-se a poucos metros de um abismo e então você sabe
que precisa escolher entre dar meia volta ou se jogar, eu estava me jogando,
assumindo riscos, ignorando qualquer que fosse o medo e seguindo em frente.
CONTINUA...
VISITE: Era outra vez amor.