ESCRITO POR: MAYRA BORGES
Fiquei de costas para o
monitor coloquei meu cabelo para frente deixando a mostra minhas costas largas
e a pele clara. Coloquei as mãos na
cintura e fui até o short jeans, desabotoei e soltei o zíper, olhei por cima do
ombro, ele estava vidrado e havia um sorriso indecifrável naqueles lábios finos
e bem desenhados. Senti um arrepio percorrer meu corpo, como eu queria sentir
aqueles lábios nos meus, aquelas mãos ásperas passeando por minhas costas,
afagando meu rosto, segurando firme a minha cintura... Pisquei para ele e
continuei o que estava fazendo, as palavras eram absolutamente desnecessárias. Um
turbilhão de pensamentos me sacudia por dentro me impedindo de raciocinar bem,
mas uma força me impulsionava a agir devagar e eu fui. Virei para o computador
e digitei apressada:
- O que quer que eu
faça?
- Que continue, que
sinta-se a vontade, apenas isso. Vá até onde quer ir, não temos pressa.
Assenti com um aceno breve de cabeça.
Minhas mãos tremeram, e pela primeira vez senti-me dividida e precisei respirar
fundo, eu não estava a vontade o suficiente, havia uma tensão que prendia meus
movimentos e sabia que não soaria nada natural continuar a me despir.
-
Acho que estou indo um pouco longe demais._disse finalmente, estava me sentindo
um tanto frustrada.
-
Está tudo bem?
-Está,
mas você me entende se eu não puder?
Ele sorriu quase sem graça o que me
desconcertou, cruzei os braços frente ao corpo instintivamente e ele disse:
-Desculpe,
acho que fui um pouco longe demais.
-Não
é culpa sua, mas acho que preciso de um pouco mais de tempo.
-Está
arrependida?
-Não,
mas confesso que preciso de um pouco mais de tempo.
-Ok.
De repente milhões de perguntas
atravessaram a minha mente, como se eu tivesse finalmente saído de um momento
de inconsciência direto para a superfície da razão, estava tonta. Estava
ficando louca? Meu corpo estava tenso, mas havia em mim um desejo, que
reclamava por não ser atendido, embarquei em minhas confusões. E agora, como
prosseguir?