ESCRITO POR: MAYRA BORGES
[...] -Quero que me veja, não consigo mais negar isso a você.
-Sério?
-Sim!
Luguei
minha câmera e comecei a sentir as minhas mãos um tanto geladas, era loucura
demais? Que fosse, não pensaria sobre isso naquele momento.
-Nossa, me enganei.
-Com o quê?
-Você não tem cara de meiga não.
Sorri,
mas estava um pouco nervosa, mesmo que não fosse nada demais, ainda assim
sentia minhas mãos geladas. De repente me dei conta do estado do meu cabelo e
fiquei ainda mais embaraçada.
-Ignore, é a primeira vez que
uso a cam.
-Não minta, é feio.
-Não estou mentindo._ e não
estava.
-Para, nem com seu namorado?
-Nunca.
-Por quê?
-Porque ele não é tão insistente
quanto você.
-Isso eu realmente sou, mas com
bom senso claro.
-Eu gosto de pessoas
insistentes._sorri levemente.
-Eu só não gosto de parecer
chato, sem noção, já te falei isso.
-Você não é nenhuma destas
coisas.
E
não era, ele era a medida certa em tudo, nas conversas, nas brincadeiras, na
insistência, provocações. Ele sabia como
mexer comigo, e como mexia, isso eu não nego.
-O que eu posso afirmar é que
você surte efeito em mim.
-Quais?
-Você me deixa inquieta,
estupidamente nervosa. Me deixa com vontade de te conhecer sempre mais,
devagar.
-Sempre que nos falamos?
-Sim sempre, desde sempre.
-Seus lábios parecem apetitosos.
Suspirei,
estava com um batom cor de rosa, um tom forte que contrastava perfeitamente com
minha pele clara. Mordi os lábios devagar numa tentativa de provocá-lo.
-Cor de rosa...
-Vem aqui pra gente se divertir,
essa boca vai voltar vermelha e não rosa, fora outras partes do teu corpo.
Senti
um arrepio e de repente tudo que eu mais queria era me teletransportar, queria
estar com Vincent mais que qualquer outra coisa.
-Desde que essas marcas fiquem
escondidas, por mim não há problema.
-Não serão “danos” permanentes,
fisicamente não.
-Sei que não serão, mas farão
com que me lembre de você toda vez que vê-las estampadas sobre minha pele ou
até mesmo imaginar que estiveram ali, segredos tatuados temporariamente.
Senti
mais uma vez meu corpo aquecendo-se e eu estava pronta para ferver, mordi os
lábios mais uma vez.
-Gosto quando faz isso.
-Isso o quê?
-Morder os lábios.
-Faço isso quando alguém me
deixa nervosa, no bom sentido, claro.
Eu
também queria vê-lo, queria ver aquele sorriso surgindo, queria saber como
reagia a mim, eu precisava.
-Eu também quero te ver.
-Você verá.
-Quando?
-Em breve, logo você poderá ver
tudo o que quiser.
-Espero que sim.
-Estou falando a verdade.
-Tudo bem.
Olhei
a hora, estava tarde, precisava descansar.
-Tenho que ir agora, estou
cansada.
-Eu também vou, já está tarde.
Nos despedimos mais uma vez, eu lutaria contra o sono,
mas sabia que não era assim que as coisas funcionavam, iria devagar, parecia
mais gostoso assim.
CONTINUA...
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CONTINUA...
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