01 abril 2013

Capítulo 07


ESCRITO POR: MAYRA BORGES



[...] -Quero que me veja, não consigo mais negar isso a você.

                -Sério?
                -Sim!
Luguei minha câmera e comecei a sentir as minhas mãos um tanto geladas, era loucura demais? Que fosse, não pensaria sobre isso naquele momento.
                -Nossa, me enganei.
                -Com o quê?
                -Você não tem cara de meiga não.
Sorri, mas estava um pouco nervosa, mesmo que não fosse nada demais, ainda assim sentia minhas mãos geladas. De repente me dei conta do estado do meu cabelo e fiquei ainda mais embaraçada.
                -Ignore, é a primeira vez que uso a cam.
                -Não minta, é feio.
                -Não estou mentindo._ e não estava.
                -Para, nem com seu namorado?
                -Nunca.
                -Por quê?
                -Porque ele não é tão insistente quanto você.
                -Isso eu realmente sou, mas com bom senso claro.
                -Eu gosto de pessoas insistentes._sorri levemente.
                -Eu só não gosto de parecer chato, sem noção, já te falei isso.
                -Você não é nenhuma destas coisas.
E não era, ele era a medida certa em tudo, nas conversas, nas brincadeiras, na insistência, provocações. Ele sabia como  mexer comigo, e como mexia, isso eu não nego.
                -O que eu posso afirmar é que você surte efeito em mim.
                -Quais?
                -Você me deixa inquieta, estupidamente nervosa. Me deixa com vontade de te conhecer sempre mais, devagar.
                -Sempre que nos falamos?
                -Sim sempre, desde sempre.
                -Seus lábios parecem apetitosos.
Suspirei, estava com um batom cor de rosa, um tom forte que contrastava perfeitamente com minha pele clara. Mordi os lábios devagar numa tentativa de provocá-lo.
                -Cor de rosa...
               -Vem aqui pra gente se divertir, essa boca vai voltar vermelha e não rosa, fora outras partes do teu corpo.
Senti um arrepio e de repente tudo que eu mais queria era me teletransportar, queria estar com Vincent mais que qualquer outra coisa. 
                -Desde que essas marcas fiquem escondidas, por mim não há problema.
                -Não serão “danos” permanentes, fisicamente não.
               -Sei que não serão, mas farão com que me lembre de você toda vez que vê-las estampadas sobre minha pele ou até mesmo imaginar que estiveram ali, segredos tatuados temporariamente.
Senti mais uma vez meu corpo aquecendo-se e eu estava pronta para ferver, mordi os lábios mais uma vez.
                -Gosto quando faz isso.
                -Isso o quê?
                -Morder os lábios.
                -Faço isso quando alguém me deixa nervosa, no bom sentido, claro.
Eu também queria vê-lo, queria ver aquele sorriso surgindo, queria saber como reagia a mim, eu precisava.
                -Eu também quero te ver.
                -Você verá.
                -Quando?
                -Em breve, logo você poderá ver tudo o que quiser.
                -Espero que sim.
                -Estou falando a verdade.
                -Tudo bem.
Olhei a hora, estava tarde, precisava descansar.
                -Tenho que ir agora, estou cansada.
                -Eu também vou, já está tarde.               
Nos despedimos mais uma vez, eu lutaria contra o sono, mas sabia que não era assim que as coisas funcionavam, iria devagar, parecia mais gostoso assim.

CONTINUA...

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