11 outubro 2013

Capítulo 29


ESCRITO POR: MAYRA BORGES


Poucos minutos depois ouvi o bip, li a mensagem “Ok, ótimo. Online agora?” Coloquei o livro sobre o centro e respondi “Claro”, fui para o quarto e liguei o computador, queria não querer, mas já não havia mais tempo para recusas, desculpas e desfeitas, mais uma vez era tempo de ir e assumir desse no que desse. Mal conectei e a janela piscou na tela:
- Oi.
- Olá.
- Queria pedir desculpas por hoje mais cedo.
- Pelo que exatamente?
- Pelas brincadeiras e tudo mais.
- Sem problemas.
- Ok. Mais uma coisa...
- O quê?
- Se eu entendi bem, você está vindo me ver?
- Exatamente isso.
- Pensei que estivesse brincando...
- Estava falando sério, só não gostei muito do jeito como tentou ignorar...
- Foi mal, queria te fazer sorrir um pouquinho, mas fui infeliz.
- Sua tentativa foi mais bem sucedida agora.
- Está mesmo melhor?
- A cabeça está abusando um pouco, mas nada demais.
- Quando você vem?
- Daqui uma semana, sabe eu tentei te avisar antes, mas você sumiu e fiquei um pouco incerta sobre te ligar ou deixar mensagem.
- Nossa, está muito em cima...
- Algum problema?
- O que você acha?
- Eu não sei, me diga.
- Claro que não tem problema nenhum, a senhorita será muito bem recebida. Depois vou querer saber todos os detalhes, o horário, tudo, ok?
- Claro, posso te passar tudo agora se quiser.
- Eu quero.
- Viajo na sexta pela manhã, se tudo correr como esperado chego por ai pouco antes da hora do almoço, umas 11, 11:30. Fico ai até a segunda a tarde, apenas um fim de semana. Consegui um pacote num hostel e quanto a isso já está tudo acertado. Eu confirmo o endereço depois e te mando, ok?
- Ok. Tudo certo então, mas acredito que não vou poder te esperar no aeroporto.
- Sem problemas eu já esperava por isso.
- Decidida você, sinceramente não esperava que fosse tomar essa decisão...
- Não quer que eu vá?
- Não foi isso que eu quis dizer.
- Eu sei o nível da minha loucura, se é isso que quer me falar._sorri.
- Espero que não se arrependa.
- Sinceramente?
- O quê?
- Eu também espero a mesma coisa.
- Não imaginei diferente.
- Me diz uma coisa.
- O que?
- Como esta o clima por ai, frio, calor?
- Sempre uma mistura dos dois, mas não precisa se preocupar com o frio, se é que me entende.
- Ok, entendi.
Maluquice, insensatez, estava em queda livre, sem pára-quedas, a cada segundo transcorrido via o chão se aproximando de mim sem que eu pudesse fazer nada para evitar a colisão desastrosa, então tudo que me restava era esperar que a queda durasse mais, rezar por um pouco mais de tempo, esse seria o único milagre ao qual eu teria direito. E mesmo em face duma queda terrível dentro de mim algo dizia: Você precisa. E eu num sussurro pra tentar me convencer, afirmei: É, preciso.
            - Vinc, tenho que ir agora.
            - Mas já, você mal chegou. Pensei que estivesse com saudades, queria te ver...
            - Eu sei, estou com saudades, mas não tenho dormido bem ultimamente e estou me sentindo cansada, não quero adoecer, se é que me entende.
            - Ok, entendo sim. Vá descansar senhorita, e me mande o endereço por mensagem, vou querer saber do ser esconderijo provisório.
            - Certo, te mando sim. Até mais.
            - Até, beijos e melhoras.
            - Obrigada.