19 maio 2013

Capítulo 14


ESCRITO POR: MAYRA BORGES. 




Senti um frio na barriga, era um misto de nervosismo e euforia, que tinha nome e sobrenome e olhos castanhos que devoravam minha imagem na tela daquele computador.
                -Minha imagem está um pouco escura, não é?_perguntou ele.
                -Sim, um pouco, mas consigo ver bem.
                -Melhor que isso não fica.
                -Melhor, meu querido; só ao vivo.
                -Você é um pecado, sabe disso não é?
                -Esse é meu nome do meio.
                -Vivo o que leio e o que vejo.
-Eu quero viver cada letra do que escrevo pra você.
-Eu também, se possível.
-Se, essa palavra evidencia sempre dois lados, tanto liberta quanto prende.
-Então melhoremos a frase, digamos que: não é impossível.
-Melhor assim.
E rimos juntos.
                -Agora eu acredito que você não é meu amigo imaginário, está satisfeito?
                -Como não estaria?
                -Queria estar com você, é pedir demais?
                -Não, eu também queria que você estivesse aqui.
Coloquei uma mecha do cabelo atrás da orelha, abaixei a cabeça e depois fui levantando o olhar de baixo para cima, mordendo o lábio e deslizando a mão dos cabelos até o ombro.
                -Sua boca é linda.
                -Ficaria melhor colada na sua, clichê demais?
                -Clichês ás vezes são bons.
                -Eu poderia ficar aqui te olhando por um bom tempo.
                -Digo o mesmo, na verdade é o que estou fazendo agora, comendo com os olhos, outro clichê; mas se só posso ver é o que farei.
                -A gente usa o que tem.
                -Você me acha canalha?
A pergunta me pegou de surpresa, o que eu poderia dizer? Sim e não.
                -Não acho, a menos que o canalha possa ser atribuído a mim também, então sim, te acho canalha.
                -Entendo, sendo assim, posso te pedir uma coisa?
                -Peça.
                -Tira a roupa pra mim?
Antes eu não pensaria duas vezes em dizer não, mas eu havia mudado estava mais curiosa comigo mesma, estava curiosa com a expressão que se formaria naquele rosto quando visse o que tanto queria, seria um momento delicioso não poderia deixar que passasse, mas isso não me impedia de tentar brincar um pouco com a situação.
                -Convença-me!
                -O meu sorriso já não é o suficiente?
Era disso que eu gostava, qualquer outro (talvez) não seria tão seguro assim, ele sabia quem era e sabia o poder das suas armas. Se meus lábios eram labirintos o sorriso dele era um mar de águas turvas e infinitas no qual eu adoraria mergulhar até o último suspiro, adoraria me afogar naquelas águas profundas. Era mais que suficiente para me convencer de qualquer loucura.
                -Mais que suficiente.
Fiquei de pé, com movimentos lentos fui levantando a blusa até a altura dos seios, ao mesmo tempo que observava o rosto dele e a forma como ia se modificando a cada pedaço de pele que eu revelava lentamente...

CONTINUA...