ESCRITO POR: MAYRA BORGES
“Prazer por prazer, é isso que você quer? Até quando
você quer? É apenas isso ou há possibilidade de tornar-se algo mais profundo?”
Era esse um jogo rápido entre eu e o meu reflexo, pensa rápido Miriam!
Eu estava de frente para o espelho, cabelos presos num
rabo de cavalo mal feito que deixava algumas mechas displicentes escorregando
por sobre o ombro, lábios extremamente vermelhos, olhos bem delineados e uma
lingerie branca. Sorri pro meu reflexo e respondi as perguntas que pairavam
como pássaros sobre minha cabeça:
- Sim, até quando for possível, e sim é apenas isso,
nada mais._respectivamente.
Eu
tenho algo a confessar, antes de qualquer coisa eu quero dizer que eu errei uma
vez em dizer que o Vincent é um cara apaixonante, interessante, sim,
apaixonante? Não mais pra mim. Há alguma coisa que odeio intensamente naquele
homem, mas deixo isso pra outra ocasião.
Se bem me lembro estava na parte
em que disse não ao Vincent, vocês acreditaram na minha ingênua confusão e
dúvida? Acreditaram mesmo que a borboleta precisava de mais um tempo para abrir
as asas? Então sinto em dizer, mas os ingênuos são vocês. A princípio essa era
a ideia, mas não, a verdade é que tudo fazia parte de um plano, eu precisava
descobrir algumas coisas e a melhor forma de descobrir foi fazendo o que eu
fiz. Dizer um não naquele momento me daria a resposta de quantos sins eu
conseguiria depois. Era um teste, se ele reprovasse muito dificilmente
continuaria no jogo.
Coloquei um vestido sobre a
lingerie e liguei o computador, sabia que ele estaria online...