ESCRITO POR: MAYRA BORGES
Eu estava certa, ele realmente estava online.
Há mais de uma semana que não nos falávamos, eu já
sabia que sempre haveria a namorada dele, o trabalho e a faculdade, mas ainda
assim me irritava bastante com seus sumiços, tentava apenas não demonstrar o
quanto isso me afetava, mas sabia que hora ou outra seria inevitável.
- Oi.
- Olá, tudo bem? _ ele respondeu.
- Um pouco de frio, e você?
- Só um pouco cansado.
- Será que tem um tempo pra mim?
- Por que não teria?
- Quero te ver, será que é pedir demais a um cara
cansado como você?
- Claro que não.
Nesse
momento pude até imaginar um meio sorriso naqueles lábios que tanto me tentavam
a imaginação.
- Mas antes eu preciso de um
banho, pode esperar?
- Claro que espero, mas com uma
condição?
- Qual?
- Você gosta de óleos, usa algum
tipo de hidratante no corpo?
- Uso sim.
- Permita que eu veja como você
faz isso?
- Claro que sim. Agora vou ao
banho, me acompanha? Vou precisar de alguém pra me ajudar a lavar as costas.
- Será um prazer.
Dei
um sorriso e saí de frente do computador pensando “O que esse homem tem, por
que ele exerce esse “poder” sobre mim?” Houveram outros, mais próximos, mas
fáceis, mas nenhum havia sido como ele... Havia levantado várias hipóteses, mas
não cheguei à conclusão alguma.
Entrei no banheiro, prendi os
cabelos, tirei a roupa e tomei um banho rápido, a água percorrendo meu corpo
provocou arrepios que não eram de frio. Me enrolei na toalha e voltei para o
quarto. Escolhi a dedo o que vestir, tinha certeza de que não decepcionaria,
por fim coloquei um vestidinho pra disfarçar.
- Oi, voltei, espero que não
tenha dormido.
- Não.
- Posso te ver agora?
- Claro.
Fiz
a chamada de vídeo. Estava a cada segundo mais agitada.
- Ainda quer ver o que pediu?
- Quero.
Coloquei
o hidratante nas mãos, apoiei uma das pernas na cama e fui deslizando as mãos
devagar, começando pelo tornozelo e indo até o limite do vestido e refazendo o
caminho cada vez levantando um pouco mais o vestido. Repeti com a outra perna,
movimentos leves e circulares do tornozelo até a coxa.
- Belas pernas, mas não há nada
em você que não seja bonito.
Sentei-me
e passei um pouco de hidratante nos ombros, fazendo as alças do vestido escorregarem
maliciosamente, passei levemente nos braços e quando por fim terminei,
perguntei:
- Satisfeito?
- Você está?
- Não, hoje eu quero muito mais.
Ele
passou a mão pelos cabelos castanhos e sorriu pra mim de um jeito, senti que o
mundo girava, que o desejo agitava-se dentro de mim, éramos fogo e pólvora, um
toque e explodiríamos, uma palavra, um movimento e entraria em combustão espontânea.
- E o que você quer Miriam?
- Eu quero terminar o que não
terminei da última vez, quero você. Tira a camisa?
Assisti-o
tirando a camisa, mordi os lábios.
- Adoraria sentir minha pele
contra a sua, sentir teu calor no meu corpo, tua boca na minha.
- Eu quero morder teus lábios,
eles me excitam tanto, tudo em você, assim do jeito que está sem fazer nada, é
excitante, teu silêncio, tuas caras, tuas poses. Garota você nem imagina.
- Faça-me imaginar então,
melhor, me faça ver.
- Eu também quero te ver, não
fuja.
- Eu não preciso e nem quero
fugir, do jeito que der essa noite, por esse momento eu sou tua, e se você
quiser seja meu.
- Sou seu, como quiser.